O que lavra
a larva?
O que larga
a lagarta?
Palavra e letra.
E o mais simples da vida alarga:
Deseja papel, despeja caneta.
Que toda largada quer ser borboleta.
Sandra N. Flanzer, inédito
Coisa mais linda a Borboleta
Que brotou na minha janela…
Todas as cores, uma faceta:
Como não amar ela?
Ventura carregando encanto
Passou rente à minha presença,
Pousou breve e fez meu canto
Num instante, sem licença.
E me visita sem hora marcada
Marcando as horas com sua visita,
Trazendo estilo onde antes o leve,
Levando o Tempo enquanto se agita.
Presente raro a Borboleta realiza
Enquanto recolho o que resta dela:
O ar desloucado, a tênue brisa,
O sopro sereno na varanda singela.
Por um lado, encontro e pró cura
Por Outro inexiste, mas por um segundo…
Como é bela a Borboleta que dura
No bater das asas que criam o mundo.
Sandra N. Flanzer, inédito
Que a libélula se torne liberta
Que a métrica extrapole a meta
Que os rastejantes virem voa dores
Para o corte, vir em cores.
Que a cigarra, com garra, se desgarre
Transformada, que a frase mude a fase
Que as rasas asas transmutem à altura
Pra que a amargura se converta em amar cura.
Sandra N. Flanzer, inédito